Boas oportunidades para soluções criativas

30-11-2010 09:11

Boas oportunidades para soluções criativas

Por Marcelo Nakagawa - Consultor e professor de empreendedorismo e inovação

 

Um teste rápido para avaliar seu potencial empreendedor. Eu te dou um limão e você faz a limonada. Você é analfabeto. Neste caso, deveria conhecer a história de Thai Nghia. Sua família foi perseguida pelo regime comunista no Vietnã. Thai, desesperado, fugiu do país em um pequeno barco e ficou à deriva no oceano.

Foi resgatado por um navio da Petrobras, que o trouxe ao Brasil em 1979. Chegou ao país sem falar, ler ou escrever em português. Aprendeu o idioma sozinho e cinco anos depois já tinha ingressado na USP e trabalhava em um importante banco brasileiro.

Thai emprestou dinheiro para um amigo fabricar bolsas e este não conseguiu pagar o dinheiro devido. Para reavê-lo, Thai passou a vender as bolsas durante o dia, trabalhando no banco à noite. Ganhava mais dinheiro com as bolsas e decidiu abrir um negócio.

Chamou a empresa de Yepp e depois mudou para Góoc, uma das marcas brasileiras pioneiras a tratar a sustentabilidade com seriedade e convicção.

Você está gordo. O que faria além de um regime? Em 1961, a dona de casa Jean Nidetch tinha 38 anos, media 1,75 metro e pesava quase 97 quilos.

Então ela notou que não somente ela, mas todos à sua volta estavam obesos. Jean começou um regime e algumas semanas depois reuniu seis amigas "gordas" para anunciar que ela tinha perdido 18 quilos. E as desafiou a seguir seu programa de regime.

O grupo começou a se reunir periodicamente para relatar os avanços e em poucos meses todas perderam peso.

A própria Jean atingiu 64 quilos um ano depois. Percebendo que tinha uma grande oportunidade de negócio, fundou a Vigilantes do Peso, uma empresa que vale US$ 4 bilhões atualmente.

Você não consegue emprego - por maior que seja a sua insistência, perseverança e preparo. Está hora de colocar o "plano b" em ação. Foi isso que fez Walter Elias, após diversas tentativas de conseguir um emprego como desenhista.

As empresas achavam que o seu traço era infantil demais. Cansado, ele se juntou a um amigo e criou uma empresa para explorar seu dom artístico. Só um detalhe, o sobrenome de Walter era Disney e o resto da história você conhece.

Você é roubado e perde tudo. O que faria? Se você fosse o sujeito do parágrafo anterior, começaria tudo de novo e melhor. Quando Disney fundou seu estúdio, seu primeiro personagem virou um sucesso.

Mas isso atraiu a cobiça do seu distribuidor, que conseguiu registrar o personagem em seu nome. De uma hora para outra, Disney perdeu sua criação, seu distribuidor, sua equipe e seu público.

Triste, na viagem de volta para casa, imaginou um novo personagem, um ratinho chamado Mortimer, mas sua esposa o convenceu a chamá-lo de Mickey.

Se os problemas acima seriam fáceis para você, que tal ter nascido cego? Problemão? Não para um sujeito chamado Hans.

Ele nasceu cego e só começou a enxergar (mal) aos 2 anos e apenas com o olho direito. Em 1945, vendeu uma sanfona, seu único bem, por US$ 200 e com o dinheiro abriu no Rio de Janeiro um negócio que ninguém com a sua limitação pensaria em fazer: uma joalheria. O sobrenome de Hans? Stern!

Diante de histórias assim, não está na hora de você agradecer pelos problemas que tem?